16 agosto 2011

Desabafo de uma educadora!

mordaça      Numa sociedade onde a hipocrisia, principalmente no meio político, tem predominado; onde a cada dia mais se valoriza o ter do que o ser e onde os valores morais estão cada dia mais em baixa, não podemos nos calar quando o grito de socorro vem de um recôndito da sociedade onde as grandes mentes são trabalhadas e preparadas para transformar o homem e consequentemente o mundo para melhor. E, por entender ser oportuno, publicamos abaixo o comentário, que se transformou em desabafo, de uma professora da rede de ensino pública do Estado de Minas Gerais, na qual ela explica o porquê desse movimento que estão empreendendo.

“Sou professora por escolha, não por acaso. Poderia seguir outra profissão e ganhar muito mais, mas gosto do que faço e quero e mereço ser valorizada na profissão que escolhi. Ao contrário do que afirmou o anônimo das 09:00, estou trabalhando sim. Dando aulas de cidadania fora da sala de aula. Ensinar não é só fazer o que os manuais ditam, é preciso formar cidadãos e um professor que não luta por seus direitos não pode ensinar cidadania, não é mesmo?
Lamento pelos transtornos causados aos alunos e pais, mas garanto que o grande culpado de tudo isso é o governador Anastasia que se recusa a cumprir a lei Federal nº 11.738/2008 que assegura o Piso Nacional do Magistério. Várias tentativas de acordo foram feitas, mas o governo insiste em nos calotear e enganar a população dizendo coisas absurdas na mídia.
Agora com essa medida de contratar outros professores, tenta nos massacrar ainda mais, mas ele não vai conseguir. Os alunos sabem, os professores que estão de greve dão exemplo de força e luta pelos direitos.
Não é possível uma educação de qualidade com os professores amordaçados, escravizados por um sistema opressor que não se preocupa em fornecer boa educação para os filhos dos trabalhadores.
É lamentável ler e ouvir comentários como o das 13:30 que disse que colocará o filho em escola particular, ao invés de reivindicar uma escola pública de qualidade. Os pais têm todo o direito de cobrar, mas precisam saber que o principal causador de tudo isso é o governador.
Infelizmente parece que a Justiça de Minas não se interessa em exigir do governo o cumprimento das leis.”

Beatriz dos Santos Clemente Machado, professora de Português   na E. E. Professor Ernesto de Melo Brandão.
Fonte: Pascoal On line notícias.

3 comentários:

  1. É Beatriz, você mostra que tem coragem como tantos outros que se esconderam, com medo de buscar seus direitos, a luta e a força que voc~es tem tido é estarrecedora, ainda bem que não foram vencidas pelo cansaço e ignorância de quem não sabe o que diz, e sai por aí falando o que não conhece, só quem ta nesta batalha pode entender o seu objetivo, que muitos consideram "bobagem", isto porque são manipulados pela voz do governo, e acreditam que o governador é o nosso "Deus", são incredulos, e não acreditam que a força do povo, é que pode mudar os rumos da nossa história!

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  2. Beatris continue assim, sempre firme,nos
    trabalhadores temos que lutarmos pelos nossos direitos,pois o governador Anastásia está a favor dos capitalistas e não ao lado do povo trabalhador.E lutar em defeza dos nossos direitos, é exemplo de coragem de cidadania.

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  3. Obrigada pelos comentários e compreensão do valor do movimento. Nesse período de greve, com um desgaste enorme provocado pela situação e pelas constantes atitudes de ameaças e insultos do governo, uma coisa ficou clara: realmente temos um papel muito importante na mudança nas situações de opressão que existem. É preciso lutar, não podemos nos calar diante de injustiças. É claro que estamos lutando por nosso direito individual, mas ao mesmo tempo de toda a categoria, infelizmente nem todos pensam assim, mas fazer o quê? A vida é assim mesmo.

    "Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina." (Paulo Freire)

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