MAB comemora cancelamento de barragem em MG
A empresa desistiu do empreendimento por causa da luta histórica do MAB em parceria com outras organizações que conseguiram o atraso da licença prévia, uma ação judicial no Ministério Público além de aprovação de leis municipais em Ponte Nova que proibiram a alteração da paisagem natural do rio e a supressão da vegetação
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) comemora o cancelamento da concessão da barragem Baú dada a Brookfield Energia Renovável há mais de 10 anos. A obra estava prevista para ser feita no rio Piranga próximo à cidade de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira.A empresa desistiu do empreendimento por causa da luta histórica do MAB em parceria com outras organizações que conseguiram o atraso da licença prévia, uma ação judicial no Ministério Público além de aprovação de leis municipais em Ponte Nova que proibiram a alteração da paisagem natural do rio e a supressão da vegetação. Esta é mais uma vitória do MAB, que entre 12 e 15 de março realizou a Jornada Nacional de Lutas contra a construção de barragens, pela conquista dos direitos dos atingidos, contra a privatização da energia e os altos preços das tarifas.
Em julho de 2010, o MAB fez uma marcha de 70 km saindo de Miguel Rodrigues, distrito atingido por uma barragem da Novelis, indo até Ponte Nova onde juntamente com cerca de 2 mil pessoas, que participaram do Fórum Social pela Vida organizado pela Arquidiocese de Mariana, deram um abraço no rio Piranga como símbolo de resistência à construção de barragens.
Ponte Nova já tem em seu entorno as barragens de Brecha, Brito e Candonga, que pertence à Vale, e que são acusadas de serem a principal causa das grandes enchentes que devastam a região como foi no início deste ano. Para Flávia Aparecida, moradora da cidade, “esta foi uma importante vitória do povo que fica mais animado a continuar organizado na luta contra todos os projetos previstos para região”.
Para Thiago Alves, da coordenação estadual do MAB em Minas Gerais, esta foi mais vitória dos trabalhadores organizados. “Essa derrota da Brookfield é resultado da mobilização popular contra este projeto que traria mais devastação ao longo do rio Piranga. É uma lição e uma motivação ainda maior para todas as comunidades que resistem à construção de barragens em nossa região, como Casa Nova, em Guaraciaba, e Porto Firme”, afirmou.
Na Zona da Mata de Minas Gerais, a Brookfield Energia Renovável é dona da barragem Barra da Braúna, na cidade de Laranjal, além de Emboque e Granada, na cidade de Abre Campo, onde o MAB segue em luta para garantir os direitos dos atingidos. Emboque é indicada pelo relatório do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) como símbolo de violação de direitos humanos na construção de barragens no Brasil.
Colaborou: Thiago Alves
19 março, 2012
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