02 maio 2013

Deputados são colocados de lado pelo governador.


Parlamentares aliados ao governo se sentem abandonados pelo programa Pró-Municípios, que repassa recursos milionários diretamente às prefeituras sem que eles possam intermediá-los


Lançado com toda a pompa pelo governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB), o Pró-Municípios, que concederá às prefeituras aportes que variam entre R$ 350 mil e R$ 1,5 milhão, se tornou motivo de ciúme e insatisfação na base aliada ao tucano na Assembleia Legislativa. Acostumados a intermediar os recursos para dezenas de prefeitos de suas bases, os parlamentares se viram surpreendidos com um programa em que os gestores podem buscar, diretamente na fonte, as verbas para infraestrutura, saúde e educação, principais rubricas de destinação das emendas dos deputados estaduais. O descontentamento é apontado como um dos motivos para o esvaziamento dos trabalhos de plenário nas duas últimas semanas, que vem impedindo a votação de propostas do Executivo. 
A conta é extremamente desfavorável aos deputados. Em pleno ano pré-eleitoral, cada um dos 77 deputados estaduais – a maioria deve tentar a reeleição – conta com R$ 1,5 milhão para distribuir entre os prefeitos de suas bases, que geralmente contemplam em torno de 20 a 40 cidades. Essa verba demarcada pelo parlamentar majoritário da região serve para construir quadras, reformar escolas e postos de saúde, e fazer obras de recapeamento de vias. Ao destinar suas emendas, os deputados estaduais se firmam como os responsáveis por levar os recursos, garantindo a paternidade e conseqüente presença nas inaugurações ao lado dos prefeitos, principais cabos eleitorais no interior do estado. 
Para um deputado que tem compromisso com 30 municípios, por exemplo, sobrariam de verba parlamentar R$ 50 mil para distribuir para cada um. No programa lançado por Anastasia, o mínimo é de R$ 350 mil para cada cidade. Tudo estaria bem se os deputados pudessem chancelar a verba. “A maioria dos deputados avalia que deveria ser avisada antes, porque agora os prefeitos entendem que o recurso é apenas do governo e o deputado estadual precisa arrumar mais, fora disso”, afirma um aliado. 
Segundo os deputados da base, o cenário é ainda mais tenebroso se for considerado o valor das emendas federais. “Os deputados da base da presidente Dilma Rousseff (PT) contam com R$ 15 milhões em emenda individual, e os que são contra ela recebem a metade. Aqui, os contra ou a favor recebem o mesmo tanto, R$ 1,5 milhão”, conta um parlamentar. A base vem “cozinhando” os projetos em pauta, entre eles o “carreirão”, que concede uma série de reajustes a grupos de servidores do Executivo.
Fonte: Uai.com

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